terça-feira, 16 de agosto de 2016

Qual o rumo tomar?

Qual o sentido de ser tratado assim? Com qual objetivo o indivíduo magoa... Chuta... Pisa... Engana... Brinca com os sentimentos alheios e, no fim, está normal, como se nada tivesse acontecido.

O pior cego é aquele que não quer enxergar. Dar murros em ponta de faca não mudará o jeito da pessoa. Infelizmente conselhos não adiantam, acabam entrando por um ouvido e saindo pelo outro seguidos de um... "porra que saco" ou até mesmo "você é doente".

Repito a pergunta. Qual o sentido de ser tratado assim? Se não há diálogo, só monólogo, a discussão está sempre tendenciosa e não levará a lugar nenhum. Aliás, que discussão? Talvez o inconformismo do outro interlocutor que não é ouvido passe a ser o único final possível dessa situação, aliado ao "triunfo" do parceiro que acha ter ganhado em argumentos mas não enxerga um palmo a frente do nariz.

A opinião dele sempre será subjugada pela opressão e pela prepotência do seu companheiro de conversa.

Nada mais importa. Não adianta. Mil argumentos serão inúteis se forem rebatidos com uma ofensa.

Isso vale para a vida toda. Lembra a história do sapato? Apertado, machuca... Dói. Mas você insiste em calçar. Pois ali está a pseudo felicidade. Ledo engano. Ali está o que você chama de bipolaridade.

Qual a necessidade de se mostrar forte? Construir uma imagem que não corresponde a realidade? Ora, ser descolado? Ocultar a carência por atenção e afeto? Não deixar que as pessoas que realmente querem te ajudar sejam afastadas de você? Amigos, familiares, entes queridos, amores...

Não entendo. Não sei o que vai acontecer. Espero que o desfecho seja melhor que o início. E que, não sabendo como será o amanhã, apenas tendo ideias (que o monólogo não deixa expor), a vida se arrume para que no fim, possamos rir de tudo.

Mas entenda, até lá, eu só peço respeito.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Epitáfio

Olhando para o nada vemos muito! Pensamentos que se perdem acabam encontrando mil facetas de máscaras olhando pra você como se não tivesse saída.

Vejo uma criança. Ela está assustada. Com medo do que está por vir. Não pode correr pois se sente presa ao lugar. Tenta desesperadamente suprimir aquele sentimento. Mas não consegue.

Vejo o passar do tempo com pesar. Uma senhora está perdida. Ofereço ajuda. Ela me confirma que nessa vida tudo é passageiro. Que o passo a frente não pode ser dado se a criança não deixar aquele sentimento de lado.

Vejo o relógio. As vezes penso que ele está parado. Não quero olhar mais. Apenas esperar minha vez. Ela chegará.

Aquela senhora tem razão. Nada se perdura mais do que o necessário. Nem sempre percebemos que o ruim passou e, como mágica, tudo se resolve, mesmo que por vias tortas.

Não vejo mais nada. Só quero terminar logo. Essa espera. Espera essa que não termina!

Qual o sentido do andar apressado se não existe lugar melhor pra estar do que aqui? Pena estar sozinho. Certas pessoas se completam com a presença de Deus. Outras com a sua!

Não me espere. Não quero que se preocupe. Só que eu não sei se consigo. O sentimento é forte. A criança se foi. A senhora também se foi. A minha vez será a próxima. Olho o relógio. Maldito relógio.

Obrigado por tudo.

Não sei se é o melhor a se dizer.

Nao sei onde fica o meu lugar!

Agora, não quero mais rezas. Já foi. O que fizeram por mim, tudo, tudo foi lembrado. Com a certeza de dever cumprido. Só deixa eu tomar um sorvete que me despeço!

Até

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Barco e a Casa

Imagine um barco navegando em um mar agitado, distante deveras de qualquer porto ou outro barco, com seus instrumentos quebrados e perdido em alto mar.

Agora imagine que seu capitão está sozinho, que sua tribulação está em sua mente e que a semanas não há troca de palavras com ninguém.

Para "amenizar" a situação, ele está doente, com seu peito dilacerado e no limite da insanidade.

Nada disso abala sua estrutura, sua convicção e o desejo enorme de se manter vivo. Sabe por quê?

Porque ele tem a certeza de que na volta, mesmo que demore uma eternidade, alguém o espera com saudades e com resiliência, buscando conter seus sentimentos pois sabe que a qualquer momento, esse alguém terá seu capitão atracando no porto seguro de seus braços.

Ora, de nada adianta seus esforços se seus pensamentos não buscam o conforto dessa idéia. Sozinho nosso capitão não é nada, sua vida se resume ao mar, que leva e trás de forma constante, incansável, sentimentos que, aos poucos vão ruindo estruturas, por mais sólidas que pareçam ser.

Agora imagine uma casa onde o sol brilha em intervalos bem longos. Onde a janela é a representação da expectativa e, ao mesmo tempo, a ferramenta de busca constante no horizonte do vulto amado e da silhueta característica do nosso barco.

Imagine uma casa que sorri e passa a se tornar um castelo, abrigando aqueles sentimentos de carinho, cuidado e saudade, não só nos períodos de escuridão, mas também, naqueles momentos de abraços e beijos que, indiretamente, unem com primor o Barco e a Casa.

Nessas horas, percebemos que pessoas com seus universos diferentes se completam e se cruzam para suprir as lacunas deixadas no mar que cada um navega e, em uma sintonia, deixam o seu melhor para viver ou simplesmente estar com aqueles que sabem, por mais duro que seja, que existe alguém do outro lado esperando.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Acreditar

Eu acredito nas pessoas. Acredito que a consciência humana permite votos de confiança, a ponto de não ter medo ou apenas não esperar que o mal venha de lugares onde não se possa imaginar.

Infelizmente a vida faz com que tenhamos um aprendizado duro e pelas vias mais difíceis. Não é possível que o próximo ao enxergar seu esforço, a compaixão, a bondade que existe no seu coração, não perceba que daqui não sairá nada que machuque, critique ou mais ainda, prejudicial a ponto de não conseguir baixar a guarda ou pior,  achar que todos são iguais.

Acredito nas pessoas de bem. Nos valores que ainda devemos lutar para que não se percam no trabalho, em casa, com a família e amigos e, então, continuar com a estrutura sólida que é o pilar de qualquer relação. Relação essa entre conhecidos, amigos, namorados...  construída em conceitos mais sólidos ainda que, aos poucos e com o passar dos anos, venha se perdendo, contrariando ainda mais a lógica da lei natural das coisas.

Acredito em mim. Acredito que a vida é curta e não pode ser substituída. Quando amamos e amamos mal, deixamos de viver quem sabe, um amor do bem! Que faça daquele minuto que pareceu ínfimo, grandioso como se fosse uma hora inteira.

Acredito no tempo e que ele é implacável. Um minuto mal planejado reflete em semanas ao relento se não vivido da forma mais intensa e proveitosa possível.
Até mesmo as escolhas. Como poderia saber?

Acredito na inveja da possibilidade do mesmíssimo fator cotidiano que, ao se repetir, permite a escuridão envolver seus olhos e ludibriar suas vontades, mesmo que mais absurdas e de difícil execução, para, ainda, manter sua vida naquele minuto que se passou a 24 h atrás de forma banal o transformando em um mero bagual.

Não existe dia mais triste do que aquele em que não se viveu.

Soluções? Ahh temos muitas! Mas acreditar naquela que vai ser a primeira e a última para o seu problema, não é, e digo com propriedade, a solução mais adequada!

Continuo acreditando nas pessoas. Talvez, não existe solução para isso.

Só talvez!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O "Sentimento" não para!

Ainda falando em sentimentos, me peguei buscando entender qual o sentido da palavra "preocupação" e como ela afeta nosso dia a dia. Está aí o Aurélio que não me deixa mentir com uma dentre várias  definições: "Preocupação: estado de espírito ocupado por uma ideia fixa a ponto de não prestar atenção em nada mais".

Aqui ele errou.

Cadê a minha foto ao lado dessa definição? Penso que a palavra é forte demais pra representar somente um estado de espírito.

Em certos momentos, não consigo deixar de pensar nos motivos que me fizeram ter aquele sentimento e de que forma a situação contribui, mesmo que indiretamente, para agravar ainda mais a "idéia" que ele menciona ali em cima!

Fico cego ao tentar entender o contexto. Acabo me afundando ainda mais em outro sentimento profundo que existe de forma tênue entre a preocupação e o... medo.

O medo é aquele que faz a voz mais bruta que existe soar como harpa tocada por anjos, pois ele está presente nas decisões mais importantes da sua vida, mesmo que suprimido por um peito estufado e um nariz levantado.

Deixo aqui a música que, para mim, é mais que um poema na forma de canção e melodia ou um poema que é mais do que canção em forma de música... Parei! ...um canto sublime do que é o amor. Amor esse que move seu coração, esse putinho!

"Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo

Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço

Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

Compositor: Oswaldo Montenegro

Não pude deixar de grifar as partes que me convém. Não pude deixar de fazer esse texto, só demonstra que estou tentando...  tentando...  Peço desculpas aos poucos para não causar desânimo.

Finalmente chegamos ao impasse que fez com que você chegasse até aqui. Não há nada mais sufocante que a saudade. Ela gera preocupação, medo, tristeza e acaba fazendo com que você não pense direito, não sinta direito e magoe as pessoas.

Como resolver?

Não sei.

Estou cheio de saudades mesmo!